Meio Ambiente
Desmatamento no cerrado aumentou 21% de janeiro a julho deste ano
Cerca de 50% do desmatamento no cerrado ocorre de forma ilegal
Ao contrário da Amazônia, onde o desmatamento diminuiu nos últimos meses, a derrubada do cerrado continua. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o desmatamento no cerrado aumentou 21%, de janeiro a julho deste ano.
E a principal área de expansão do desmatamento é a região do MATOPIBA, sigla para os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, na borda leste do cerrado brasileiro, na divisa com a Caatinga e com a Amazônia. Esta região representa quase 75% de todo desmatamento do cerrado em 2023, segundo o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).
O secretário extraordinário de controle do desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, André Lima, explica a expansão do agronegócio nessa região.
A legislação é uma das causas desta situação. Em termos gerais, o Código Florestal permite uma ampla redução nas áreas de Cerrado, com até 80% da vegetação nativa nas propriedade rurais. Ao contrário da Amazônia, em que o desmatamento legal permitido é de 20%.
André Lima aponta que 50% do desmatamento no cerrado ocorre de forma ilegal, além do permitido pela legislação. Como quem autoriza os desmatamentos são os órgãos ambientais estaduais, a fiscalização é mais difícil.
De acordo com os dados do IPAM, o desmatamento cresce rapidamente dentro de grandes propriedades privadas. No primeiro semestre de 2023, esses latifúndios concentram quase metade do desmatamento em áreas privadas, seguido por propriedades médias, 33%, e pequenas, 19%.
E o próprio desenvolvimento do agronegócio corre risco nessas áreas, como alerta a pesquisadora do IPAM e coordenadora do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado, Fernanda Ribeiro.
E há alternativas para proteção do cerrado? Para encerrar essa série especial, na próxima matéria vamos falar das ações e alternativas contra o desmatamento.